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Tratamento Nutricional do Pacientes com Diabetes

Tratamento Nutricional do Pacientes com Diabetes

Abordagem Inicial

A primeira consulta com o nutricionista, deve ocorrer logo após a consulta com o médico que fez o diagnóstico de diabetes. Assim, toda a ansiedade em relação à alimentação vai ser atenuada e mais rapidamente haverá melhora da glicemia.

Atualmente o plano alimentar é baseado em uma alimentação saudável que considera todos os grupos de alimentos. A quantidade do alimento a ser consumido vai depender de cada caso e por isso o tratamento é individualizado.

Plano Alimentar

Na consulta, o nutricionista realiza uma entrevista (anamnese) para obter dados sobre a doença atual e outras informações específicas para a construção do plano alimentar. Constam das perguntas, à história de algumas doenças (obesidade, anorexia, bulimia, dislipidemias, pressão alta, etc.) e a alimentação atual e pregressa (nascimento e do passado recente), assim como informações do funcionamento do tubo digestório como mastigação, problemas no estômago, glândulas anexas e eliminações fisiológicas (fezes e urina).

A história alimentar é a ferramenta mais preciosa na consulta de nutrição pois a partir desses dados se iniciará a prescrição do plano alimentar. Portanto, é necessário ter o conhecimento das técnicas corretas para se coletar e avaliar estas informações, a fim de se obter um retrato mais fiel do perfil alimentar do indivíduo.

Uma das estratégias mais comumente utilizada é o recordatório de 24 horas, no qual se deseja saber os horários, locais e as quantidades de alimentos ingeridos em cada refeição do dia anterior. Estes dados podem ser complementados com informações obtidas pelo questionário de frequência de consumo alimentar, que classifica os alimentos por grupos (leite e derivados, frutas, hortaliças, carnes, ovos, óleos, etc.). Com estes dados o nutricionista deseja obter informações mais detalhadas sobre os alimentos consumidos e obter um panorama dos hábitos alimentares. Uma dica para esta primeira consulta, principalmente no caso das crianças, é já levar registrado o que foi ingerido por refeição na última semana ou em 3 dias (2 durante a semana e 1 de final de semana). O esquema de medicamentos (se houver) e os exames laboratoriais realizados previamente também são importantes para a avaliação do nutricionista e devem ser levados para a consulta. Outro item relevante é o fornecimento de informações sobre os exercícios físicos, realizados rotineiramente (horários, tipo, intensidade), uma vez que o plano alimentar poderá ser flexibilizado ou não a partir desses dados.

Exame Físico

A outra etapa da consulta é o exame físico no qual são verificadas as medidas antropométricas como: peso, estatura e circunferência da cintura. Elas são importantes para se determinar o peso desejável e para traçar a estratégia do cálculo do plano alimentar (calorias). Se o indivíduo estiver acima do peso e tiver uma circunferência da cintura acima do normal, ele necessitará de uma restrição calórica mais importante do que aquele que tem esses dados dentro da normalidade. Estas medidas antropométricas fornecem pistas de maior ou menor resistência à insulina. Outras medidas como dobras cutâneas e percentual de gordura podem ser realizadas para complementar a avaliação da gordura corporal.

Os dados antropométricos são avaliados de maneira diferente de acordo com a idade do portador de diabetes. Crianças e adolescentes, por passarem por constantes mudanças devido ao crescimento, são avaliados através de índices e gráficos. A massa corporal no adulto é comumente avaliada através dos valores IMC (índice de Massa Corporal) e da circunferência da cintura e comparados a padrões de normalidade pré-estabelecidos.

Após toda essa avaliação, o plano alimentar é calculado, correlacionando as necessidades nutricionais para idade e atividade física, com o peso que foi previamente determinado pela avaliação antropométrica. O nutricionista, através dos conhecimentos inerentes a sua profissão, transforma estes dados numéricos em medidas caseiras de alimentos para serem distribuídas pelas refeições. Esta distribuição da alimentação leva em consideração a anamnese alimentar (hábitos alimentares) e o esquema medicamentoso (insulina ou remédio).

Parceria: Paciente e Nutricionista

A parceria entre o nutricionista e da pessoa com diabetes na elaboração do plano alimentar é fundamental para que este seja viável e prazeroso. As dúvidas sobre os alimentos surgem na medida em que aumenta o envolvimento com o plano alimentar e, desta forma, se inicia o processo educativo onde profissional e paciente passam a trocar informações que são essenciais para o sucesso do tratamento.

Ainda nesta primeira consulta, o nutricionista inicia a abordagem sobre a ação dos alimentos no organismo e de como os nutrientes (carboidratos, proteínas e gorduras) agem sobre a glicemia. Outros temas como hipoglicemia e o uso de produtos diets, adoçantes, frutas, doces, etc. devem ser abordados de tal maneira que o paciente saia da consulta com segurança de realizar as suas refeições.

A educação faz parte de todas as consultas e as dúvidas são explicadas juntamente com a construção do plano alimentar. Ao final da consulta é fornecido um plano alimentar específico às necessidades nutricionais e de saúde, com listas de alimentos para consulta sobre o seu conteúdo nutricional e de carboidratos. Estas listas abrem um leque de opções de alimentos de forma que o plano alimentar não fica monótono e pode ser modificado pela própria pessoa com diabetes, respeitando as orientações do nutricionista.

Após a consulta, o nutricionista disponibiliza o parecer nutricional para o médico ou para outros profissionais que fazem parte da equipe de atendimento. As consultas subseqüentes são igualmente importantes para que haja a avaliação e possível modificação da conduta nutricional inicial e possa dar continuidade ao processo educativo.

Alimentar o corpo é muito mais do que saciar a fome.

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